
Em uma reunião extraordinária do executivo municipal, foi aprovado o apoio financeiro para a edição deste ano da Web Summit, que ocorrerá de 10 a 13 de novembro. O Partido Socialista (PS), que em setembro tinha inviabilizado a proposta da liderança PSD/CDS-PP por discordar com a alteração orçamental sugerida, aprovou a mudança após as modificações realizadas, que não retiram verbas da empresa municipal Gebalis responsável pela gestão dos bairros camarários.
Pedro Anastácio, vereador do PS, afirmou que “o PS nada tem a opor” quanto ao apoio à Web Summit, explicando que a discórdia estava na alteração orçamental proposta, que foi ajustada e “já não merece essa censura política”.
Na ocasião de setembro, a oposição na Câmara de Lisboa havia bloqueado a alteração orçamental para financiar a Web Summit, argumentando com o desvio de verbas destinadas à habitação, um ponto que a liderança PSD/CDS-PP classificou como “totalmente falso”.
Após a aprovação da nova proposta, Anastácio criticou a gestão orçamental do PSD/CDS-PP, mencionando que o apoio à Web Summit é um compromisso assumido pelo município e deveria ter sido previsto anteriormente para evitar “impasses desnecessários”.
A proposta para transferir 7,24 milhões de euros à Associação de Turismo de Lisboa visando a realização da próxima edição da conferência foi aprovada com votos a favor de PSD/CDS-PP e PS, com oposição de PCP, Livre, BE e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).
O PCP destacou sua oposição à transferência de “vultuosos recursos municipais para este evento privado”, lembrando que, na edição passada da Web Summit, “quatro milhões de euros foram retirados ao orçamento da Carris para financiar a conferência, com voto favorável dos vereadores do PS”.
Representantes do Livre enfatizaram que não são contra a realização da Web Summit em Lisboa, reconhecendo seu impacto na projeção internacional da cidade e no ecossistema tecnológico. No entanto, votaram contra o apoio, afirmando tratar-se de “um evento privado, lucrativo, que cobra bilhetes caros, angaria patrocinadores de dimensão global e beneficia diretamente de receitas próprias muito significativas”.
Os Cidadãos Por Lisboa argumentaram que, enquanto o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), considera urgente e imprescindível o apoio à Web Summit, várias organizações que desempenham papéis fundamentais para a cidade, especialmente na área social, “continuam à espera” de financiamento.
A nova proposta da liderança PSD/CDS-PP reforçou que o apoio financeiro à Web Summit é uma obrigação contratual assumida anteriormente, vinculando o município de Lisboa há anos. Considera-se “urgente e inadiável” sua aprovação para não prejudicar a realização do evento.
Além disso, a proposta destaca a existência de consequências e penalidades em caso de descumprimento das obrigações do evento, que podem ser financeiramente prejudiciais para Lisboa e causar danos reputacionais irreparáveis para a cidade e o país.
Em novembro de 2016, Lisboa sediou a Web Summit pela primeira vez, com o evento programado para acontecer na capital portuguesa até 2028, conforme acordo alcançado em novembro de 2018 entre o Governo português, o município de Lisboa, Turismo de Portugal, e outras entidades.