Depois da controvérsia envolvendo bonecas sexuais com aparência infantil, a Shein enfrenta mais um dilema na França: um deputado denunciou a alegada venda de armas de categoria A no site da empresa de comércio eletrônico chinesa em Paris.
Este incidente ocorre depois de ser revelado que as plataformas chinesas Shein, AliExpress e Temu, assim como a norte-americana Wish, estão sob investigação na França por venderem bonecas sexuais e distribuírem conteúdos pornográficos sem censura para menores.
A notícia também surge num contexto em que a gigante asiática de ‘fast-fashion’ inaugurou, na semana passada, sua primeira loja física permanente no mundo em Paris, localizada no Bazar de l’Hôtel de Ville (BHV).
A queixa ligada à alegada venda de armas foi apresentada pelo deputado Antoine Vermorel-Marques, que salienta que essa prática é passível de multa e prisão.
Ainda em novembro, a Shein deve abrir mais cinco lojas na França, nas Galeries Lafayette, também exploradas pela SGM.
A polêmica da loja física
A abertura da primeira loja da Shein ocorreu apesar das reservas e oposição do Governo, prefeitura de Paris, marcas parceiras da BHV, sindicato dos trabalhadores da BHV e diversos agentes do setor têxtil francês, além de uma petição ‘online’ com mais de 110.000 assinaturas.
A Shein e a Société des Grands Magasins (SGM), proprietária do BHV desde 2023, inauguraram um espaço com mais de 1.000 metros quadrados, sendo este o primeiro passo na implementação física da Shein antes de investir em mais cinco lojas nas Galeries Lafayette em Dijon, Reims, Grenoble, Angers e Limoges, também pertencentes à SGM.
Visando uma proposta de lei contra o crescimento da ‘fast-fashion’, a Shein recebeu este ano na França três multas totalizando 191 milhões de euros, por não compliance com a legislação sobre ‘cookies online’, promoções enganosas, informações falsas e por não declarar a presença de microfibras plásticas em seus produtos.
Venda de bonecas sexuais? Shein, AliExpress, Temu e Wish sob críticas
No caso da Shein, o Governo francês ameaçou bloquear o acesso à plataforma após descobrir que esta oferece certos modelos com aparência infantil.

O dono da Shein assumiu a responsabilidade e proibiu a venda de bonecas sexuais na plataforma. A decisão ocorre dias antes da abertura da sua primeira loja física.
Andrea Pinto com Lusa | 11:04 – 04/11/2025
“Quero ser muito claro: se esse comportamento se repetir, poderemos solicitar que a Shein seja banida do mercado francês. Isso está previsto na lei”, declarou o ministro da Economia francês, Roland Lescure, em entrevista à BFM e RMC.
Lescure detalhou que este tipo de medida pode ser tomada em casos de atos terroristas, tráfico de drogas e pornografia infantil, se a plataforma não retirar os produtos em questão em 24 horas ou se houver reincidência.
O ministro garantiu que está em andamento uma investigação judicial para determinar por que razão as bonecas sexuais estavam disponíveis no site.
A Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controle de Fraudes (DGCCRF) da França emitiu um alerta anteriormente, após confirmar que “o site de comércio eletrônico Shein estava vendendo bonecas sexuais com aparência infantil” e que “sua descrição e categorização no site dificultam duvidar da natureza de pornografia infantil do conteúdo”.



