
Em uma coletiva de imprensa após sua visita à Bienal de Artes Plásticas na Festa do Avante, na Quinta da Atalaia, Seixal, António Filipe enfatizou a importância de garantir a estabilidade das pessoas sobre a estabilidade governativa a qualquer custo.
“Eu acho que a pior coisa para o país é ter maus orçamentos. Não significa que o orçamento em vigor seja bom. Mas creio que, por vezes, dramatiza-se muito a questão dos duodécimos, que o país pode ficar em duodécimos”, afirmou.
Filipe destacou que o regime de duodécimos é uma solução constitucional e legalmente prevista para situações em que a Assembleia da República não consegue aprovar um orçamento, seja por causa de calendários eleitorais ou falta de consenso entre partidos.
“Portanto, se o próximo Orçamento do Estado não for aprovado na Assembleia da República, não pode haver dissolução antes de março do próximo ano, e deve haver outra solução no quadro constitucional”, exemplificou.
No entanto, António Filipe expressou que sua maior preocupação, independentemente das propostas do Governo sobre o Orçamento do Estado, é que as opções orçamentais considerem a vida concreta das pessoas.
“Eu acho que isso é que é fundamental. Estou mais preocupado com a estabilidade que se possa dar e garantir à vida de cada um do que propriamente à estabilidade de uma concreta solução governativa”, afirmou, salientando que isso é que “preocupa efetivamente as pessoas”.
O candidato presidencial ressaltou, porém, que a questão do Orçamento do Estado só diz respeito ao Presidente da República após a sua aprovação, sendo um assunto da Assembleia da República e dos partidos antes disso.
António Filipe também comentou sobre não ter sido convidado para um ciclo de conferências organizado pelo Instituto +Liberdade, que contará com quatro candidatos presidenciais: Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes, António José Seguro e João Cotrim Figueiredo.
Disse não se incomodar por não ter sido convidado, destacando que não se alinha com candidatos que se reivindicam do neoliberalismo, mas espera que a mídia não discrimine sua candidatura.
Questionado sobre discriminação pela comunicação social até o momento, afirmou que algumas de suas iniciativas receberam cobertura enquanto outras não, mencionando que achou estranho que apenas um meio de comunicação estivesse presente numa sessão de apresentação de sua candidatura no Porto.
“Também tenho verificado que, tendo já apresentado formalmente a minha candidatura quase há dois meses, não ter havido nenhum convite para nenhuma entrevista. Podemos dizer que, apesar de outros candidatos apresentados já terem sido entrevistados por várias televisões, não foi o meu caso, mas ainda é cedo”, referiu.
António Filipe reconheceu que, atualmente, dado a proximidade das eleições autárquicas e “outros fatores noticiáveis”, a atenção mediática às eleições presidenciais pode ser reduzida, mas espera que, quando o interesse jornalístico sobre o sufrágio aumentar, haja “condições de equidade” para que todos os candidatos possam expressar seus pontos de vista.