“As entidades continuam no terreno, as medidas estão no terreno. Continuamos preparados. A situação não passou e vamos agora partir para o período crítico, esta madrugada, em pormenor das 03:00 às 09:00,” afirmou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Rui Andrade, num ponto de situação, em Angra do Heroísmo.
Previa-se que o ciclone tropical Gabrielle passasse pelos Açores como furacão de categoria 1, mas entretanto passou a tempestade pós-tropical.
Ainda assim, o presidente da Proteção Civil alertou que as características do ciclone mudaram, mas a tempestade mantém a força de furacão.
“A designação de pós-tropical significa que está a perder características tropicais, no entanto, mantém força de furacão,” salientou.
Segundo o responsável da Proteção Civil açoriana, até ao momento não foram registadas ocorrências provocadas pela tempestade.
“Já se começam a verificar alguns efeitos no grupo Central. No grupo Ocidental o agravamento do estado do tempo não foi tão intenso quanto expectável, ainda que se tenha registado alguma precipitação,” revelou.
Rui Andrade disse que “a situação não é tão gravosa quanto inicialmente se esperava,” mas apelou à população para que mantenha as medidas de autoproteção.
“Tem força de furacão. Isso significa que tem potencial e, nesse sentido, impõe-se uma mensagem de manutenção do estado de prontidão de todas as entidades, a necessidade de a população continuar a adotar comportamentos responsáveis e as medidas de autoproteção, evitar a todo o custo a exposição ao risco,” reforçou.
A tempestade pós-tropical encontra-se neste momento entre os grupos Ocidental e Central, mas é expectável que “às 06:00 de hoje se encontre a 50 km a sudoeste da ilha Terceira, entre a Terceira e São Jorge.”
“Estamos à espera de uma intensificação do estado do tempo. Em média, os ventos esperados para o grupo Central andam na ordem dos 120 km, podendo chegar aos 150 km/hora,” adiantou o presidente da Proteção Civil dos Açores.
As previsões apontam para uma “diminuição da altura significativa das ondas,” situando-se nos seis metros, com uma altura máxima compreendida entre os oito e 10 metros.
Rui Andrade ressalvou que estes fenómenos são “altamente imprevisíveis” e “muito dinâmicos,” podendo registar-se alterações nas previsões.
“Vamos continuar com a mesma prontidão, com a mesma vigilância e em contacto permanente com os vários serviços municipais e entidades ativas neste momento, para garantir em permanência e com total prioridade a segurança das populações,” assegurou.
O ciclone tropical Gabrielle começou a atingir os Açores pelas 22:00 locais (23:00 em Lisboa) de quinta-feira e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que o “período mais crítico” seja durante a madrugada.
As ilhas dos grupos Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge) e Ocidental (Flores e Corvo) mantêm-se sob aviso vermelho — o mais grave numa escala de três — devido às previsões de precipitação, vento e agitação marítima.
O Governo Regional declarou situação de alerta até às 18:00 de sexta-feira, nos grupos Central e Ocidental, proibindo determinadas atividades.
Nestas ilhas, foram também encerrados serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas.