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Catarina Martins criticizes the State that fails “at the whim of greedy appetites”

“O Estado está a falhar-nos. Falha na habitação, na saúde, na educação. Falha nos cuidados, apesar do esforço monumental de quem cuida da saúde e da educação. As políticas são contraditórias, são ineficientes, estão demasiadas vezes ao sabor de apetites gananciosos. O Estado falha e não pode falhar”, alertou Catarina Martins.

A antiga coordenadora do Bloco de Esquerda falava durante a apresentação da sua candidatura em Lisboa – depois da primeira ter decorrido no Porto, de onde é natural – num evento que contou com a participação dos fundadores Francisco Louçã, Luís Fazenda e Fernando Rosas, além de dirigentes como Fabian Figueiredo ou Jorge Costa, mas não da coordenadora bloquista, Mariana Mortágua.

Na ótica da eurodeputada “políticas consistentes são garantia de que as condições mais importantes da vida são partilhadas, são democráticas” e respondem às necessidades.

“Não quero continuar a ver urgências fechadas, grandes listas de espera, alunos sem aulas. O nosso país tem gente e sabedoria para resolver todas essas questões e isso sim é o regime da democracia que nos vai orgulhar”, defendeu.

No início da sua intervenção, Catarina Martins alertou que as eleições presidenciais, agendadas para 18 de janeiro, decorrem “num momento de degradação da democracia”, que tem “várias expressões”.

“Umas são mais evidentes, como a generalização do ódio que tem militado um dos candidatos a estas eleições que já não hesita na apologia explícita do ódio na sua missão de tornar normal a injúria, a difamação, a intimidação e o incitamento à violência. A degradação da democracia é a banalização do mal, criticou, numa referência ao líder do Chega, André Ventura, que tem gerado polémica com as mensagens dos seus cartazes de campanha.

Para Catarina Martins, a degradação da democracia “é também a constituição de sujeitos políticos vendidos como produtos”, com candidatos que “mudam de discurso, de proposta, de valores, ao sabor das flutuações de um qualquer ‘focus group’ e ao ritmo de uma qualquer agência de comunicação”.

“A degradação da democracia é o oportunismo”, criticou.

Por último, a eurodeputada salientou como fator de degradação do regime “a opção por uma política desprovida de substância” na qual palavras consensuais “são elas próprias esvaziadas de conteúdo”.

“Esperam mobilizar o país com uma política que o aborrece e adormece. A degradação da democracia é o vazio”, acrescentou.

A candidata presidencial disse compreender que a “destruição dos direitos do trabalho”, o desinvestimento em serviços públicos, a “liberalização dos mercados de habitação e a persistência das desigualdades e da pobreza” tenham criado na sociedade portuguesa “uma raiva e um ressentimento social crescente”.

Catarina Martins realçou que nestas eleições os portugueses vão decidir se a resposta a esse desespero “vai ser encontrar alguns bodes expiatórios e descarregar sobre eles as consequências de quem sempre mandou” ou, por outro lado, “uma refundação da nossa comunidade”.

“Solidariedade contra o egoísmo, empatia contra o ódio, esperança contra o desespero. Uma esperança ativa e transformadora que nos convida e mobiliza. É essa a minha ideia para a Presidência. Quero propor aos portugueses um manifesto da esperança, que seja um mapa para um país possível ao alcance da nossa determinação“, apelou.

Contra a “esperançofobia”, – termo que Catarina Martins atribuiu ao bloquista João Semedo, que morreu em 2018, – a candidata elencou as suas prioridades, começando pelo “trabalho decente e emancipado” e assegurou que pretende “travar” em Belém a reforma laboral que o Executivo tem em curso.

Numa intervenção na qual manifestou preocupação com os níveis de pobreza no país e as alterações climáticas, Catarina Martins criticou ainda o discurso apologista da guerra e os “os generais de sofá” que hoje tentam “reabilitar o belicismo”.

“O roteiro é conhecido e a conversa é a de sempre: ‘temos de nos preparar para as guerras que queremos provocar’ (…) Os generais de sofá só veem as guerras na televisão. Assim as bravatas saem baratas e a guerra é um bom negócio, a não ser para quem as trava”, atirou.

Catarina Martins manifestou-se confiante de que “uma Europa mediadora, com um quadro multilateral de relações políticas e diplomáticas, ganhará muitos combates sem disparar uma única bala“.

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