
“O Chega não tem nenhum interesse em nomear lugares aqui. O Chega quer é que seja nomeado alguém independente, com qualidade e acima dos partidos”, apelou André Ventura, à margem de uma iniciativa na freguesia de Benfica, em Lisboa, com a participação do candidato do partido à autarquia da capital, Bruno Mascarenhas.
No domingo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o Governo vai anunciar a sua decisão sobre este tema após a reunião do Conselho de Ministros de quinta-feira, e Ventura disse esperar que o primeiro-ministro tenha “bom senso” nesta matéria.
Ventura disse esperar que o chefe do executivo PSD/CDS-PP compreenda que “há um quadro parlamentar diferente em que há uma maioria composta pelo PSD, pelo Chega e pelo Partido Socialista, e que as nomeações para cargos importantes no Estado devem merecer algum consenso nacional”, considerando que Centeno não reúne esse consenso.
“Nós tivemos oito anos de tachos do PS, oito anos em que as pessoas saíam do Governo e iam para um tacho numa entidade reguladora, no Banco de Portugal, numa entidade qualquer. Eu quero acreditar que esse tempo chegou ao fim. Ao renomearmos pessoas como Mário Centeno, nós estamos a dizer que esse tempo continua, e que esse tempo se mantém”, argumentou.
Na ótica de André Ventura, uma eventual renomeação de Mário Centeno no cargo “é um erro político” e uma “cedência ao PS”.
“O primeiro-ministro disse que o Chega é agora alternativa de Governo, foi ele que o disse. E é verdade, não é ele que o assume, foram os portugueses que o assumiram no dia 18. Agora é o momento de demonstrar que é mesmo assim e que cortámos com o passado do PS”, insistiu.
O primeiro mandato de Mário Centeno enquanto governador do Banco de Portugal (BdP) terminou no domingo e o antigo ministro das Finanças já se mostrou disponível para continuar mais um mandato à frente do banco central.
O nome do governador do Banco de Portugal é indicado pelo Governo mas tem de passar pela Assembleia da República para uma audição.
As comissões parlamentares apenas funcionam até à próxima sexta-feira, dia 25 de julho, salvo consenso de todos os partidos, com os trabalhos do parlamento a serem retomados em setembro.