
A notícia foi avançada pelo site noticioso francês ICI.
Tiago Rodrigues, após uma edição de 2025 bem-sucedida, iniciará um novo mandato de quatro anos como diretor do Festival de Avignon a partir de 1 de setembro de 2026, conforme anunciado pelo órgão de comunicação social online. Aos 48 anos, o dramaturgo, autor e ator, foi nomeado diretor do festival de teatro em julho de 2021, assumindo suas funções no outono de 2022 e tornando-se o primeiro estrangeiro a liderar este renomado evento de teatro internacional, junto com o Festival de Edimburgo.
“Tiago Rodrigues pretende preservar a liberdade de criação dos artistas, reforçando o destaque internacional do Festival”, destacou um comunicado divulgado após uma reunião do conselho de administração. O comunicado acrescenta que Rodrigues também deseja “prosseguir as ações iniciadas na acessibilidade e diversificação do público” e “aprofundar o trabalho de proximidade desenvolvido ao longo do ano no território”.
Nas três primeiras edições que dirigiu, Rodrigues destacou uma língua diferente: inglês em 2023, espanhol em 2024 e árabe em 2025. Para 2026, o encenador português já anunciou que a língua coreana será a privilegiada.
Rodrigues, que desde 2015 apresentou diversos espetáculos em Avignon, continua a escrever e dirigir. Em 2024, criou ‘Hécube/pas Hécube’, com atores da Comédie-Française, e em 2025, ‘La distance’, com Adama Diop, está em digressão.
A edição de julho de 2025 do Festival de Avignon contou com 42 espetáculos e atingiu um recorde de participação, “superior a 98%”, de acordo com a organização.
No início de sua carreira, Rodrigues colaborou com o tg STAN, um coletivo de atores baseado em Antuérpia, cujo estilo e escrita ele elogia. Em 2003, ele cofundou a companhia Mundo Perfeito antes de assumir a direção do Teatro Nacional D. Maria II de Lisboa (2015-2021), que é o equivalente em Portugal à Comédie-Française.
Recentemente, a administração do Festival de Avignon passou por mudanças, com a saída de Pierre Gendronneau, que deixou seu cargo em 13 de junho “por razões pessoais”. Gendronneau foi acusado de assédio sexual durante seu trabalho no Festival de Outono, e o Ministério Público de Paris confirmou, no final de maio, que uma investigação foi aberta, conforme noticiado pelo ICI.