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Empty chairs in the Assembly are “a testament to the importance of November 25th”

Esta posição foi defendida por José Pedro Aguiar-Branco no discurso que proferiu na sessão comemorativa dos 50 anos da operação militar do 25 de Novembro de 1975, intervenção que antecedeu a do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O presidente do parlamento começou por classificar como “estranho” ouvir-se que o 25 de Novembro divide, que é uma data fraturante e que a sua evocação se poderá tratar de uma apropriação.

“Evocar o 25 de Novembro é evocar quem lutou pela democracia que hoje temos, é lembrar que não devemos dar a democracia por adquirida, é ensinar que a democracia liberal é – e continuará a ser – o único sistema que permite espaço para quem propõe sessões solenes, para quem se opõe a sessões solene e até mesmo para quem se recusa a estar presente em sessões solenes”, disse, aqui numa alusão aos deputados do PCP.

Para José Pedro Aguiar-Branco, as críticas às comemorações do 25 de Novembro e as cadeiras vazias dos deputados do PCP na sessão “são o testemunho vivo do importante lugar desta data na História”. 

 “É por causa do 25 de Novembro que as críticas existem, sem serem caladas. È por causa do 25 de Novembro que as cadeiras vazias podem, amanhã, ser novamente ocupadas”, sustentou.

O presidente da Assembleia da República afirmou também dispensar exercícios de comparação de datas entre a revolução de 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975,  

“Sou de Abril, sou de Novembro, sou, hoje e sempre, da democracia representativa, porque Abril abriu a porta da liberdade e Novembro garantiu que essa liberdade tivesse chão firme para caminhar”, justificou.

 José Pedro Aguiar-Branco dedicou uma parte do seu discurso ao futuro da democracia e aos jovens, referindo que convidou para a sessão alunos da Escola Básica Ferreira de Castro, em Mem Martins, e o Liceu Francês Charles Lepierre, em Lisboa.

“Convidei-os não para terem uma aula de História ou para assistirem a um debate ideológico. Convidei-os porque nesta casa decide-se o futuro, decidem-se os próximos 50 anos. É sobre isso, sobre o futuro, que hoje quero falar, em especial para a geração que terá a responsabilidade de construir esse futuro”, frisou.

Advertiu então que as mudanças vão surgir mais depressa do que se pode prever e que o novo ciclo vai chegar “sem manifestos, nem pré-avisos, sem tempo para livros brancos”.

Deixou mesmo um aviso: “Se não soubermos esquecer, por um instante, o telejornal de hoje, e pensar no mundo daqui a dez anos, estaremos a ser tão reacionários como aqueles que, em 1974, não perceberam que o tempo já tinha avançado sem eles”.

 “Ou preparamos a mudança, ou somos engolidos por ela. Essa é a escolha que temos pela frente”, advogou.

  Aguiar-Branco assinalou depois “o ambiente está mais pesado, mais incerto” e que a maior parte das pessoas que fala do futuro às novas gerações tem uma atitude pesarosa, pessimista, invariavelmente com muitas certezas”.

 “Dizem que esta geração é pior do que as anteriores, menos capaz, menos respeitosa, mais polarizada. Diziam o mesmo da minha geração”, observou.

Para os mais jovens, deixou uma mensagem: “Não se deixem aprisionar em trincheiras ideológicas, ou semânticas; não se percam em discussões técnicas, nem à procura de culpados; discutam os propósitos, o futuro; preocupem-se menos com inevitabilidades e previsões, e mais com as oportunidades”.

“Não se percam no interesse pessoal, no egoísmo, porque não há verdadeira felicidade que não seja vivida em comum; não se detenham na inveja, elevem-se para ver o todo, capazes de reconhecer qualidades nos adversários. Sejam melhores do que nós”, acrescentou.

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