A reinforced dose of Portuguese short films, films banned by the Estado Novo and Edgar Pêra’s new feature film, “Telepathic Letters”, are some of the novelties of MOTELX – Lisbon International Horror Film Festival, presented today.
MOTELX reaches its 18th edition from September 10 to 16, concentrated in the São Jorge cinema, with various proposals from the latest horror cinema, such as “Cuckoo”, by German director Tilman Singer, the Canadian production “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person”, by Ariane Louis-Seize, and “Sasquatch Sunset”, presented as a fantasy by brothers David and Nathan Zellner, shown this year at Sundance, and inspired by the figure of “Bigfoot”.
This is also an edition of the “manifesto of the excellent form of horror” made in Portugal, as part of the official competition.
Eight films are competing for the Méliès Award for Best European Short: “Before the Moon Rises”, by Mário Patrocínio; “The Chameleon”, by Tiago “Ramon” Santos; “Canto”, by Guilherme Daniel; “Estéril”, by João Pais da Silva; “The Hunt”, by Diogo Costa; “Nuclear”, by David Falcão; “How Much Does a Body Weigh?”, by Gabriel Nery; and “Unicorn Hunting”, by Miguel Afonso.
There will also be ten films competing for the MOTELX Award – Best Portuguese Horror Short Film 2024: “After Link” (Catarina De Cézanne), “Holofote” (Camilla Ciardi), “Menor que Três” (Dan Martin, Sofia Pessoa Pádua, Mariana Cabecinha and Cláudio Monteiro), “The Night Hunter” (Paulo Leite), “Parem de Olhar para Mim” (Carolina Aguiar), “Penrose” (Alessandra Roucos and Maria Teresa Teixeira), “O Procedimento” (Chico Noras), “Putto” (Carlos Calika), “Santanário”, (João Pedro Frazão) and “Umbral” (Miguel Andrade).
MOTELX will also host – after its premiere at the Locarno festival – Edgar Pêra’s film “Telepathic Letters”, which relates the literary works of H.P. Lovecraft and Fernando Pessoa, with image production using Artificial Intelligence.
This year, in the “Lost Room” section, the festival presents “A Culpa” (1980), a film by conductor and composer António Victorino D’Almeida that is “one of the first examples of fiction about the colonial war after April 25”.
Destaca-se ainda uma nova secção, a Sala de Culto, para “obras inqualificáveis da sétima arte”, com o festival a resgatar o telefilme “Experiência em Terror” (1987), de Andrade Albuquerque, e a exibir “O velho e a espada” (2024), de Fábio Powers, rodado na Beira Baixa.
O MOTELX deste ano também está alinhado com as comemorações dos 50 anos da ‘revolução dos cravos’, pelo que exibirá o ciclo “A Bem da Nação – Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo”, com quatro obras censuradas.
São elas “Il Demonio”, de Brunello Rondi (1963), “The Plague of the Zombies”, de John Gilling (1966), “10 Rillington Place”, de Richard Fleischer (1971), e “Valerie and Her Week of Wonders”, de Jaromil Jires (1970).
Segundo o festival, entre 1944 e 1974 estrearam-se apenas 23 filmes de terror nos cinemas portugueses, 16 foram totalmente proibidos e apenas um estreou sem cortes.
Noutros momentos do festival hoje apresentados, será projetada, para os mais novos, a longa-metragem de animação “Flow”, de Gints Zilbalodis, exibida em Cannes e premiada em Annecy, sobre um gato, independente e solitário, que terá de aprender a viver com outros animais num barco, na sequência de umas cheias.
Fora do ecrã, haverá uma apresentação da enciclopédia “I Spit On Your Celluloid: The History of Women Directing Horror Movies”, de Heidi Honeycutt, sobre as mulheres que fizeram cinema de terror, numa conversa moderado pela associação MUTIM – Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento.