“Na Igreja ninguém está a mais, há espaço para todos. Repitam comigo. Quero que digam na vossa própria língua: todos, todos, todos”, disse o Papa Francisco, que faleceu hoje aos 88 anos, em 3 de agosto de 2023, durante a cerimónia de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Parque Eduardo VII, em Lisboa.
No primeiro grande encontro com os jovens da JMJ, o Papa, gesticulando com uma das mãos nos ouvidos para indicar que queria ouvir a repetição de “todos, todos, todos”, defendeu novamente uma Igreja aberta a todos. Essa ideia, já familiar em seus discursos, alcançou ali uma nova dimensão.
Na sua mensagem aos jovens, o Papa pediu-lhes que não tivessem medo, afirmando que na Igreja há espaço para todos e que ninguém que deseja entrar fica de fora porque Jesus sempre recebe e acolhe, abre portas ao invés de fechar.
“Quando não houver, por favor, façamos com que haja, mesmo para quem erra, para quem cai, para quem sente dificuldade”, insistiu.
O Papa Francisco instou ainda os jovens, que exclamavam “esta é a juventude do Papa”, a não terem medo de agir, a seguirem em frente com seus ideais e crenças, sendo protagonistas das suas vidas.
A 37ª Jornada Mundial da Juventude, realizada em Lisboa e no concelho de Loures de 1 a 6 de agosto de 2023, reuniu milhares de jovens de todo o mundo. Esta seria a última JMJ presidida pelo Papa Francisco, que se deslocava em cadeira de rodas na ocasião.
A Santa Sé destacou que cerca de um milhão e meio de pessoas participaram da missa de encerramento do evento, em 6 de agosto de 2023, presidida por Francisco no Parque Tejo.
Esta foi a segunda visita do Papa Francisco a Portugal, após a sua presença em 2017 em Fátima, onde permaneceu menos de 24 horas para assinalar o centenário das aparições de Nossa Senhora.
O Papa Francisco, cuja morte gerou muitas reações, é lembrado por seu sorriso, por quebrar protocolos, por estar próximo das pessoas e pela mensagem de que a Igreja é para “todos, todos, todos”.
Atualmente, a frase é repetida por diversas pessoas, incluindo dirigentes políticos, líderes religiosos e instituições, para honrar o Papa e seu legado, sendo consensualmente considerada “inesquecível”.
O Papa Francisco faleceu hoje aos 88 anos, após um pontificado de 12 anos marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.
Nascido em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias por conta de uma pneumonia bilateral, de onde teve alta em 23 de março. Sua última aparição pública ocorreu no domingo de Páscoa, no Vaticano, um dia antes de sua morte.
