Os trabalhadores da Função Pública anunciam uma greve nesta sexta-feira contra o pacote laboral proposto pelo Governo, com a educação e a saúde projetadas como as áreas mais impactadas, conforme afirmou um representante da Federação de sindicatos independentes à agência Lusa.
Organizada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), a greve, que garantirá serviços mínimos, abrange trabalhadores de todas as carreiras da Administração Pública, sejam gerais ou especiais.
A paralisação foi motivada pela exigência de retirada imediata da proposta de reforma laboral, a solicitação de uma reunião urgente com o Governo sobre a reforma “Trabalho XXI”, o fim da discriminação sindical efetivada pelo executivo, e a participação ativa da Fesinap nas negociações laborais.
Qual vai ser o impacto?
O secretário-geral da Fesinap destacou que a educação, incluindo professores e pessoal não docente, e a saúde, abrangendo médicos e enfermeiros, são os setores mais suscetíveis aos efeitos da paralisação.

Os trabalhadores da administração pública comprometem-se a uma greve na sexta-feira contra o pacote laboral apresentado pelo Governo, sendo a educação e a saúde os setores prioritariamente afetados, conforme declarado por uma fonte da Federação de sindicatos independentes à Lusa.
Lusa | 10:23 – 20/11/2025
“A greve ocorre devido ao pacote laboral que o Governo apresentou aos sindicatos. Em nossa opinião, este pacote representa um retrocesso de mais de 20 anos na legislação laboral, prejudicando os trabalhadores e as futuras gerações ao introduzir inconsistências e incertezas no mercado de trabalho”, afirmou Mário Rui à agência Lusa.
O secretário-geral afirmou que com a nova reforma, os trabalhadores portugueses estarão ainda mais desfavorecidos em relação aos seus pares europeus.
“Por isso, a administração pública estará em greve amanhã [sexta-feira]. Antecipamos grandes inconvenientes em praticamente todos os setores, incluindo escolas, tribunais, hospitais, serviços de Segurança Social, entre outros. Isso servirá como um forte sinal para o dia 11 de dezembro, data da greve geral, e para o dia 12, pois a Fesinap também já emitiu um pré-aviso de greve para 12 de dezembro”, declarou.
O sindicalista ressaltou que foram estabelecidos serviços mínimos para todas as instituições públicas.
Mário Rui ainda apontou que a greve também visa denunciar a discriminação sindical promovida pelos governos sucessivos.
“Representamos milhares de trabalhadores que não se sentem representados pelas estruturas sindicais que negociam regularmente com o Governo, como a UGT e a CGTP. Tentamos dialogar com o Governo há anos, mas ele prefere se comunicar sempre com essas centrais sindicais”, comentou.
Para o secretário-geral da Fesinap, essa atitude do Executivo é “antidemocrática e incompreensível”.
“Se essa posição do Governo permanecer, os trabalhadores irão às ruas para reivindicar seus direitos e os de suas famílias. O Governo precisa reconhecer a Fesinap de outra maneira, pois temos milhares de trabalhadores associados”, enfatizou.



