
“Vou apenas pedir a todos nós que estamos solidários com a abertura de um corredor humanitário para Gaza, que não tiremos os olhos da flotilha, porque ela de facto entrou numa fase crítica e temos que proteger esta missão humanitária que quer contrariar quem pretende matar à fome e à bomba um povo inteiro”, apelou a dirigente do BE Joana Mortágua, à margem de uma ação de campanha para as autárquicas de dia 12 de bloquistas e Livre, no Seixal, distrito de Setúbal.
A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, é uma das pessoas que integra esta flotilha, assim como a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.
Ladeada do porta-voz do Livre Rui Tavares, Joana Mortágua escusou-se a dar pormenores sobre a reunião já pedida pelo partido ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre este tema, dizendo apenas que “a comunicação sobre a flotilha será feita em espaço próprio”.
Também Rui Tavares considerou “muito importante que quem é humanista esteja do lado da decência na política internacional”.
“E a decência é permitir que as pessoas tenham acesso à ajuda humanitária e quebrar um bloqueio que tem sido absolutamente brutal e desumano sobre a população de Gaza. E não compreendo como é que Estados que estejam do lado dos valores, que dizem estar dos direitos humanos acima de tudo, não fazem o máximo que podem fazer e que devem fazer para proteger o que é, na prática, uma flotilha humanitária”, criticou.
O porta-voz do Livre salientou que “as pessoas podem concordar mais ou menos, ou gostar mais ou menos do estilo, mas no essencial a humanidade tem que estar junta”.
“Eu acho que aqui não há realidades partidárias, não há sequer essas fronteiras, não é nesse plano que colocamos as coisas”, sublinhou.
O primeiro-ministro disse hoje que o Governo está em contacto com Itália e Espanha sobre o acompanhamento da flotilha humanitária, reconhecendo que há um “registo de perigosidade”, mas que o executivo fez “aquilo que era adequado” neste contexto.
“Nós temos estado em contacto com outros Estados-membros e parceiros que têm uma intervenção direta nesse acompanhamento, nomeadamente, com Itália e também com Espanha”, disse Luís Montenegro à entrada para uma reunião informal do Conselho Europeu, em Copenhaga, capital dinamarquesa.