
“É muito fácil de explicar, o difícil é espantarem-se com o apoio ao doutor Marques Mendes nesta sua candidatura. As pessoas têm lados políticos e toda a gente sabe qual é o meu lado, não o partido, mas o lado, é o lado da moderação, de apreço pela democracia liberal, de combate aos extremos, de horror ao ódio e à exclusão das pessoas, de sensibilidade social, de equilíbrio, de bom senso”, sustentou Lobo Xavier.
Falando aos jornalistas em Vila Real, onde se encontrou com Marques Mendes, o antigo dirigente do CDS-PP foi confrontado com o facto de os centristas ainda não terem declarado apoio a qualquer candidato e com uma putativa candidatura de Paulo Portas e quis sublinhar que faz as suas escolhas com “muita calma, muita reflexão”, e não por “exclusão de partes”.
“Cada um tem as suas táticas e os seus tempos, certamente [que no CDS] tomarão uma decisão, mas nestas coisas de candidaturas à Presidência da República não estamos amarrados aos partidos. Eu vou morrer com o meu partido, mas tenho a minha liberdade”, afirmou.
Lobo Xavier disse ainda que “olha para os silêncios” e faz a sua interpretação, uma ideia que defendeu aplicar-se “a tudo” e também a “proto candidatos” das suas “relações pessoais de que os jornais falam”.
“Não tinha razão para esperar mais e já sabia, era uma coisa que eu já sabia”, declarou, sobre o seu apoio a Marques Mendes.
Lobo Xavier enalteceu a experiência de Marques Mendes e um pensamento político que conhece bem, dado ter partilhado com o agora candidato presidencial dez anos de Conselho de Estado, em cerca de quarenta reuniões.
“É muito fácil para mim saber que é este candidato que eu apoio”, afirmou, sublinhando não ter “nenhuma dúvida nem nenhuma hesitação”.
Ao lado, Luís Marques Mendes quis dizer que “António Lobo Xavier não é apenas uma pessoa do CDS”, mas “uma pessoa muito competente em tudo o que faz, uma pessoa muito experiente”, com “experiência política, experiência da vida, experiência empresarial” e alguém “muito independente”, que “pertence a um partido mas pensa pela sua cabeça”.
“Isto prova que a candidatura que protagonizo é muito abrangente, tem apoios do centro-direita ao centro-esquerda. Essa é o melhor contributo e sinal para poder ajudar a unir e a reforçar a coesão nacional”, defendeu, dizendo esperar para ver se o CDS o poderá apoiar sem cair na “deselegância” de poder sugerir uma pressão nesse sentido.