
Num encontro com trabalhadores do município, João Ferreira salientou, sem referir concretamente a candidatura da adversária socialista Alexandra Leitão, que tem existido “uma pressão muito útil para alguns” para convencer os eleitores de que nas autárquicas de 12 de outubro “a utilidade do voto estará na escolha entre o menor de dois males”.
“Mais do que nos aprisionarem numa suposta escolha entre esse menor de dois males, que acaba sempre por trazer o pior deles todos, nós temos que pensar é no voto necessário”, disse.
Sem a nomear, João Ferreira referia-se à candidatura de Alexandra Leitão, que tem apelado ao voto útil da esquerda na coligação PS/Livre/BE/PAN, por considerar que está em melhores condições de derrotar o candidato e ainda presidente Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL).
No entanto, para João Ferreira, mais do que útil, o voto na CDU (coligação PCP/PEV) “é necessário”, irá “concretizar as transformações que a cidade carece” e garantirá aos trabalhadores “as condições para que eles próprios se envolvam e se empenhem nessas transformações, porque elas não acontecem sem eles”.
O candidato salientou ainda que “não é indiferente a experiência que um executivo municipal tem”, nem “o conhecimento que tem dos serviços municipais”.
João Ferreira destacou que, nas eleições autárquicas de há quatro anos, entrou um executivo em que, “sem exceção”, tanto o presidente como todos os vereadores que assumiram pelouros tinham “zero de experiência e de conhecimento dos serviços municipais”.
“Em função da decisão que foi tomada pelo atual presidente, [de] dar guia de marcha a todos os seus vereadores, os candidatos que neste momento apresenta estão exatamente nas mesmas condições dos candidatos de há quatro anos, com zero conhecimento da Câmara Municipal de Lisboa”, afirmou.
Por outro lado, disse ainda, “a lista do PS não tem neste momento nenhum candidato que estivesse em efetividade de funções em 2021” e, portanto, “desse ponto de vista, seria uma situação muito similar” à da governação da coligação Novos Tempos.
Pelo contrário, a CDU apresenta “uma equipa com alguma experiência e algum conhecimento”, disse, sublinhando que nos sete primeiros lugares da lista estão “quatro candidatos que já exerceram o lugar de vereação na Câmara Municipal de Lisboa”, com “conhecimento em áreas tão determinantes como urbanismo, habitação, mobilidade, nas questões sociais, na cultura”.
Apesar de apenas cerca de dois mil dos 10.000 trabalhadores do município de Lisboa votarem na capital, Ferreira exortou os mais de 30 funcionários presentes a levarem a palavra a outros colegas: não cedam “à pressão fortíssima” de “terem de se resignar à escolha entre o menor de dois males”, porque “eles próprios podem, com o seu voto, criar condições para que o seu futuro e o futuro da cidade em que trabalham seja mais risonho e não apenas um mal menor”.
“Essa é a garantia que têm e é o compromisso que a CDU assume convosco. A CDU deixar-nos-á mais próximo desse horizonte de concretização de todas as transformações necessárias”, concluiu.
Nas eleições autárquicas, concorrem ainda à presidência da Câmara de Lisboa Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” – PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação “Mais Lisboa” – PS/Livre, dois da CDU e um do BE.