“É preciso, no entanto, que para além da abertura dos cinco corredores humanitários que estão previstas, da linha de desocupação, que haja mais ambição e mais compromisso até por parte da comunidade internacional, no sentido de ajudarmos Gaza a reconstruir-se. Sabemos que vai levar muitas décadas até que possa não só haver essa reconstrução, a retirada também de todo o armamento, inclusivamente das bombas que a nível terrestre também estão colocadas no território”, disse Inês Sousa Real.
A porta-voz do PAN falava à agência Lusa à margem de uma visita à Associação Solidariedade e Desenvolvimento do Laranjeiro, no âmbito da ação de campanha Marina Marques, cabeça de lista do PAN ao município de Almada, no distrito de Setúbal.
Inês Sousa Real considera importante que a Organização das Nações Unidas e as próprias forças da ONU sejam envolvidas nessa construção da paz e que exista um reconhecimento internacional dos dois Estados.
A líder do PAN disse ainda esperar que este cessar-fogo “tenha efeito de contágio em relação àquilo que ainda não aconteceu na Rússia e na Ucrânia”.
Israel e Hamas anunciaram na quarta-feira à noite um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
Esta fase da trégua envolve a retirada parcial do Exército israelita para a denominada “linha amarela” demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.950 presos palestinianos.
O cessar-fogo visa por fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
