
Numa arruada desde a Alameda Dom Afonso Henriques até à Praça Paiva Couceiro, onde anteriormente tinha estado hoje à tarde a candidata Alexandra Leitão, a comitiva da coligação “Por ti, Lisboa” – PSD/CDS-PP/IL andou de porta em porta no apelo ao voto, enquanto ouvia problemas da população, sobretudo relacionados com imigração e habitação.
“Devia dar mais apoio aos imigrantes”, comentou um trabalhador imigrante num ‘snack-bar’ na Praça do Chile, em Arroios. Reconhecendo que há ali “muitas dificuldades”, Carlos Moedas lembrou a retirada de tendas junto à Igreja dos Anjos.
No meio do percurso, o autarca do PSD foi confrontado por um munícipe que o acusou de “dar casas à imigração ilegal” e a pessoas que ocupam ilegalmente habitações, situações que Carlos Moedas rejeitou: “Eu não defendo os ocupas”, disse.
“Todas as felicidades, menos uma: que não ganhe a câmara novamente”, referiu um lisboeta, ressalvando que Carlos Moedas é “boa pessoa, honesto e competente”.
Um outro munícipe confidenciou: “Vou votar em si, porque o senhor deu alguma coisa aos lisboetas ao contrário do senhor Medina que nunca deu nada”.
No início da arruada, o antigo presidente do CDS-PP Paulo Portas assegurou que Carlos Moedas contará com o seu voto e aos eleitores para que “não se abstenham”, reforçando que nas autárquicas de domingo “por um voto se ganha, por um voto se perde”.
“Não tenho nenhuma dúvida que Carlos Moedas fez mais em quatro anos do que muitas maiorias absolutas lideradas pelo PS em 14 [à frente da Câmara de Lisboa]. Por alguma razão, em 2021 as pessoas quiseram mudança”, salientou.
Recusando apelar a uma maioria absoluta, seguindo o “velho princípio ‘se a queres, não a peças'”, o centrista insistiu que o autarca do PSD “merece ter melhores condições” para governar a cidade contra a candidatura da socialista Alexandra Leitão, “com uma esquerda mais radical”.
Atualmente, Carlos Moedas governa Lisboa em minoria, com sete dos 17 membros do executivo municipal.
“A eleição é renhida. Quem acha que está decidida engana-se. Em autárquicas basta um voto a mais para ser presidente de câmara”, reforçou Paulo Portas.
Sobre se concorda com o antigo presidente do PSD Pedro Passos Coelho de que não devem existir linhas vermelhas com o Chega quanto a eventuais entendimentos autárquicos, o ex-líder do CDS-PP respondeu que a posição do social-democrata foi no concelho de Sintra, sublinhando que a governação de cada autarquia é diferente: “Cada uma delas é uma delas”.
Rejeitando negociar “com os extremos”, inclusive o Chega, Carlos Moedas disse que tem o apoio de Pedro Passos Coelho.
“Apoiou-me e desejou que eu ganhasse”, confidenciou.
O autarca do PSD reiterou ainda as críticas à candidata Alexandra Leitão, acusando-a de ter “um projeto de ódio” e de “radicalismo”, “sem propostas concretas”, e até com o recuo quanto à promessa de transportes públicos gratuitos.
Carlos Moedas criticou também a socialista quanto ao silêncio relativo ao voto contra do PS à lei que regula a imigração, e destacou a resposta da Câmara de Lisboa no combate às situações indignas, como em lojas de ‘souvenir’, onde há “pessoas a dormir aos montes”.
Destacando a AD – coligação PSD/CDS-PP, sem referir a IL, partido que também integra a candidatura em Lisboa, o eurodeputado Sebastião Bugalho realçou que “Carlos Moedas não tem medo dos problemas, ao contrário do PS”, nomeadamente na habitação, segurança e imigração.
O ministro para a Reforma do Estado, Gonçalo Matias, apontou Carlos Moedas como um exemplo de “uma agenda transformadora para o país” e de atração de investimento, sobretudo com a Fábrica de Unicórnios, considerando que “seria uma injustiça enorme não permitir” ao autarca do PSD continuar a governar Lisboa.
Além de Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), concorrem à Câmara de Lisboa Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).