“É uma situação que não é fácil de resolver, agora há uma coisa que eu lhe posso responder perentoriamente. Eu, se fosse presidente da Câmara [de Loures], e essa área estivesse comigo, eu não quereria barracas no meu concelho. Eu quero um concelho com dignidade, ao nível dos melhores da Área Metropolitana de Lisboa”, afirmou Nélson Batista.
O autarca social-democrata, que desempenha atualmente o cargo de vereador com os pelouros do Ambiente e da Economia e Inovação, comentava desta forma à agência Lusa a decisão do executivo municipal liderado pelo socialista Ricardo Leão de demolir habitações precárias ilegais no Bairro do Talude Militar.
“A informação que eu tenho e que me foi dada é que todas estas pessoas foram devidamente acompanhadas e informadas. Todos nós somos humanistas e temos de tratar todas as situações como deve ser. Eu acredito que elas estejam a ser tratadas com o máximo de dignidade e com o máximo de proteção possível”, apontou.
O autarca criticou ainda a intervenção de alguns movimentos, como o “Vida Justa”, considerando que estão a ser prejudiciais para a situação das pessoas daqueles bairros.
“Na minha opinião, não está a ajudar nada, só a prejudicar, quer as pessoas que lá estão quer o normal acompanhamento das pessoas para que possam ter uma vida digna. Queremos que essas pessoas tenham casa. Não quereremos que vivam em barracas, de maneira nenhuma”, afirmou.
Loures iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 casas, onde vivem 161 pessoas, no Talude Militar, tendo sido demolidas no primeiro dia 51 construções. No segundo dia, chegaram a ir abaixo outras quatro, antes da suspensão das operações por despacho do Tribunal Administrativo de Lisboa, na sequência de uma providência cautelar interposta por 14 moradores.
O PS e o PSD estabeleceram um acordo para garantir a estabilidade governativa da Câmara Municipal de Loures, conquistada em setembro de 2021 pelo socialista Ricardo Leão sem maioria absoluta.
O atual executivo de Loures é composto por quatro eleitos do PS, incluindo o presidente, quatro da CDU, dois do PSD e um do Chega.
